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Muito do que a vida frenética precisava como freio de arrumação era um inimigo comum à humanidade, mas veio um vírus e o que se vê, assustadoramente, é:
Que somos frágeis, iguais, precisamos uns dos outros, que cada um tem responsabilidade, e que a decisão individual afeta o coletivo.
Que não faz sentido as escolas e universidades suspenderem as aulas e a galera fazer festas nas garagens e porões.
Que ignorância com intolerância pode ser prejudicial à humanidade.
Que é preciso superar o preconceito e retomar o sentimento de solidariedade e comunidade.
Que o distanciamento social amplia a sensação de solidão.
Que quem é contaminado e contamina se sente impotente, aí devemos proteger os doentes e os mais velhos.
Que quem está em quarentena sente medo e precisa de carinho e apoio logístico (telefonema, comida, medicamento...).
Que quem tem um amigo ou familiar com suspeita ou em quarentena está aflito e que todos podemos ficar nesta situação.
Que fé, esperança e caridade devem ser praticadas e motivadas.
Que precisamos ter disciplina, consideração e respeito para que não falte alimento, produto de higiene e remédio para ninguém.
Que é necessário aprimorar e ser rigoroso com hábitos de higiene e seguir orientações dos especialistas.
Que os profissionais da saúde precisam de estrutura, condição de trabalho, consideração e precisamos de política pública que dê mais atenção ao sistema de saúde (público ou privado).
Que não é saudável desconfiar das instituições e que negar a política só faz mal à cidadania.
Que atacar os jornalistas diminui a capacidade de diálogo e de restabelecimento da verdade.
Que as autoridades precisam de sensibilidade social e aprimorar decisões que ajudem a combater o vírus.
Que a economia se move por especulação e na calamidade o oportunista vem extorquir o necessitado.
Que todos perderão financeiramente, e isso exigirá resiliência e superação, mas é melhor prevenir do que não poder remediar.
Esse vírus nos deu reflexões, aprendizados, e um tempo impar para rever as doenças sociais que nos preocupam, como: individualismo, vaidade, egoísmo, oportunismo, intolerância e jeitinho brasileiro.
Esse vírus diminuiu a certeza e adicionou inquietação, mas é tempo de paciência, bom senso, respeito, tolerância e perseverança. Que essa experiência nos permita evoluir como pessoa e sociedade.
O lema da Campanha da Fraternidade 2020 "Viu, sentiu compaixão e cuidou dele" é providencial, nos faz refletir agora em que temos o papel de cuidador, de apoio ao colega, amigo, vizinho e familiar que for infectado.
Esta fase também dará um grande ensinamento para a juventude, que tem sido servida e precisa aprender a servir e a ter empatia com os vulneráveis.
Caro leitor, viste como um fato ruim pode ter algo bom e que um fato bom pode ter algo ruim